A corrupção é um dos maiores problemas políticos e sociais do nosso tempo e está em global ascensão. Numa viagem através de Moçambique ou num passeio pelas ruas de Maputo, rapidamente nos apercebemos dos muitos edifícios e lugares, que testemunham o esplendor do passado. Mas tal como na pequena cidade de Dürrenmatt Güllen, Moçambique também se encontra arruinado, porque desde a Independência e Guerra Civil, o país regista-se entre os países mais pobres do mundo. Ao mesmo tempo, existem atualmente grandes esperanças na “paisagem florescente”, devido á descoberta de grandes depósitos minerais no norte de Moçambique, depósitos estes, que deverão ser extraídos num futuro próximo.Com a adaptação do clássico de Dürrenmatt, oito actores e músicos do Teatro Avenida, trazem ao palco os problemas sócio- económicos e, a tensão em que o país vive.
A corrupção é praticada em todos os sectores da vida pública e permeia tanto a elite política como a vida cotidiana da população, põe em causa questões e valores como o certo e, o errado, escravidão econômica e espiritual, a arbitrariedade e irresponsabilidade. Um dos países mais pobres do mundo, ás portas de um novo começo – quem sairá beneficiado com esta nova riqueza?
A visita da velha senhora “é uma comédia trágica que foi escrita pelo suíço Friedrich Dürrenmatt em 1956. A história é sobre Claire Zahanassian, uma Bilionária que depois de muitos anos retorna á pequena cidade empobrecida na qual ela passou sua juventude como Klara. Ela planeia vingar-se do seu ex-amante Alfred, que negou a paternidade ao saber que ela estava á espera de um filho dele. Desonrada, desprotegida, e sem dinheiro Klara foi forçada a deixar a sua terra natal, caindo na prostituição. Mas salvou-lhe o casamento com um proprietário de poços petrolíferos que lhe legou uma enorme fortuna. A “velha senhora” agora altamente respeitada propõe aos habitantes de Shibane (Güllen) uma oferta imoral: Um bilhão pela cabeça do Alfred.
Ficha Técnica:
Versão Cénica e Encenação: Jens Vilela Neumann
Actores: Lucrécia Paco, Adelino Branquinho, Graça Silva, Jorge Vaz, Nelson Faquir,
Assado Lichane, Sérgio Muiambo, Timóteo Cuche, Alcídio Pires
Tecnico de son: Alfredo Semo
Dramatologia: Manuela Soeiro
Luz: Matthias Henckel
Palco e guarda roupa: Katja Reetz
Tradução: Margarida de Sousa Vilela